Tenho depressão desde os 15 anos, mas, so descobri quando estava com 34, todo esse tempo sofri sem saber que estava doente.
Hoje estou com 51 anos e posso dizer que não consegui vencer essa doença que roubou toda minha juventude.
Minha vida foi ao longo do tempo começar as coisas e nunca terminar, como na minha época de adolescente, essa tal deprê não era conhecida e nem levada a sério, ou voçê era normal ou louco.
Creio que a depressão se encontra bem no meio, porque nos os deprimidos temos umas reações consideradas estranhas.
Eu sofri bastante, porque não entendia porque sentia tanta tristeza sem motivo, não tinha vontade de fazer nada, passavas horas em cima de uma cama sem coragem de levantar. Estudar então era uma tortura.
Minha auto estima era tão baixa, que eu simplesmente tinha pavor de falar em público, morria de medo de ser motivo de risadas se eu fizesse ou dissesse alguma coisa errada, nunca me achava capaz.
Descobri na leitura minha fuga da realidade que me apavorava, minha mãe não entendia achava que eu preguiçosa, e não queria nada com a vida, so sei que uma simples decepção tinha para mim um efeito devastador eu ficava prostrada por vários dias.
Chegando a fase adulta conclui a muito custo entre repetir de ano e abondonar os estudo o primeiro grau. Como eu sempre gostei de ler me ajudou bastante a não piorar meu quadro de depressão e fazer alguma besteira, porque solidão eu sentia muita.
Minha magreza excessiva não ajudava também, como tinha muitas crises de melancolia, não me alimentava bem, e, para piorar vinha os apelidos que minava mais e mais a auto estima. Como eu desde adolescente tinha uma estatura elevada para os padrões femininos da época ,junto com a magreza, era motivo de chacota. Ganhei inúmeros apelidos como; girafa, vassoura, esqueleto, espanador da lua, imaginem
o meu terror de enfrentar o mundo, meu lugar segura era meu quarto na minha cama.
Arrumei meu primeiro emprego aliás minha arrumou pra mim, só consegui permanecer 3 dias, tudo porque não tinha vontade de sair da cama, era um suplício acordar o sono era minha fuga do mundo que eu considerava hostil.
Fui mãe solteira aos 21 anos, tive uma tremenda depressão pós parto, ainda não tinha conhecimento da doença que estava destruindo pouco a pouco minha vida.
Estou fazendo esse relato porque acho que chegou a hora de tratar as pessoas com depressão com mais respeito e atenção, depressão não é loucura e nem tão pouco frescura, a depressão já acabou com muita vidas, por falta de atenção das pessoas que nos rodeia principalmente a família.
É por isso que estou escrevendo esse diário quero compartilhar tudo que eu passei e ainda estou passando, mas não perdi a esperança de vençer são 36 anos de lutas tenho muita história pra contar, espero que com minha experiência possa ajudar a alguém que sofre como eu a não desistir da vida jamais.
Até meu próximo relato
Cecilia.